segunda-feira, 23 de abril de 2012
Mãe disfarça-se de proxeneta para encontrar a filha raptada e quem a traficou para sexo
Pouca gente seria capaz de fazer como Susana Trimarco, uma mulher argentina que é este ano candidata ao Prémio Nobel da Paz.
Em 2002, a sua filha Maria de Los Angeles ('Marita') desapareceu. Tinha 23 anos, e uma filha pequena. Susana e o marido, desesperados, procuraram-na por todo o lado, e começaram a dar entrevistas.
Após uma entrevista na rádio, alguém os contactou para dizer que tinha visto Marita - num bordel. Trimarco chamou a polícia, mas quando lá chegaram a filha já não estava. Segundo parece, alguém tinha avisado os proxenetas.
Foi aí que Trimarco começou a perceber o esquema de cobertura entre os que fazem tráfico de mulheres - os que raptam jovens como Marita e as forçam a prostituir-se - e aqueles que são supostos impedi-lo.
Ela para conseguir entrar no esquema teve infiltra-se sobre disfarce. Vestiu-se como uma madame, treinou-se para usar linguagem a condizer, e começou a visitar os mercados de carne humana de que foi tendo conhecimento.
Num deles, viu o que descreve assim: "O prostíbulo era o lugar onde as mostravam. Cada uma tinha o seu preço. Todas tinham cara de horror. Havia até menores de 14 anos. Quando as via, baixavam a cabeça e cobriam o corpo vestido com pouca roupa. O corpo delas mostrava o terror e a dor que sofriam. Não sou psicóloga, mas percebia-se o medo".
Trimarco conseguiu libertar mais de 400 mulheres incluindo menores. Criou uma fundação com o nome da filha para esse fim. Ela tornou-se uma celebridade, e foi muitas vezes ameaçada de morte - chegaram a atacar-lhe a casa, e a saúde do marido ficou completamente arruinada. Mas Trimarco não desiste.
Já fez bem a muita gente, mas ainda falta encontrar Marita, ou saber o que lhe aconteceu. Conforme ela diz, “se eu não tenho descanso eles também não hão de ter”. E a prova disso é o julgamento de 13 homens acusados pelo desaparecimento de Marita, que neste momento já decorre. Entre os acusados contam-se vários polícias.
Retirei alguma informação do jornal "Expresso", e também uma pesquisa que fiz sobre Susana Trimarco, uma mulher de armas e um exemplo para todos nós.
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